Competências Gerenciais em época de isolamento social
por Patricia Itala FerreiraEu sou professora de uma disciplina de competências gerenciais e tenho me questionado bastante sobre quais competências são as mais importantes para os gestores nesses tempos de isolamento social.
O livro que usamos como base na disciplina, competências gerenciais, indica que um gestor líder precisa transitar entre vários paradoxos para conseguir realizar sua missão de forma adequada.
Alguns desses paradoxos são voltados a, por exemplo, ter que atuar observando tanto o contexto interno da organização quanto o externo; exercer o controle ao mesmo tempo que promove a flexibilidade.
Com base em quatro quadrantes, os gestores precisam adotar medidas voltadas para quatro imperativos: Colaborar, Criar, Controlar e Competir. Vou explicar um pouco de cada um na sequência.
O primeiro, colaborar, tem foco interno e na flexibilidade, sendo voltado para conseguir o compromisso dos empregados e a coesão, zelando por um bom clima organizacional.
O segundo, controlar, tem também foco interno e está voltado para promover medidas que garantam a estabilidade e conformidade, com foco em regras, normas e padrões de comunicação adequados à correta transmissão da mensagem
O terceiro é criar, que tem foco externo e na flexibilidade, objetivando promover mudanças e gerar uma abertura para adaptabilidade nos empregados.
O último imperativo é o competir, com foco externo e no controle de resultados, visando alcançar produtividade e a rentabilidade.
Eu imagino o grande desafio dos gestores nesse momento, em que precisam se preocupar com a saúde dos empregados e com a sua, mas, ao mesmo tempo, têm que pensar sobre a necessidade de haver produção e receita para honrar os compromissos assumidos pela organização. Acredito que após essa triste crise, inédita na história de nosso país e do mundo, conseguiremos perceber alguns poucos excelentes gestores, cujas competências terão sido lapidadas nesse momento de pandemia global.
Depois de algum tempo sem escrever me senti impelida a fazê-lo, apenas para deixar registrado um pensamento que todos devemos lembrar. “Vai passar”. E, quando passar, que todos consigamos ser coautores de um mundo melhor, mais justo e mais preocupado com os impactos de nossas ações sobre todos e tudo.
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